Códigos da Bíblia
Muitas vezes os coordenadores do projeto GEPETO deram a humanidade grandes informações que poderiam mudar o rumo da história, até enviaram muitas inteligencias em diversas épocas para passar esta informação.
Contudo, como usar este presente era escolha dos humanos, que muitas das vezes escolhiam o EGO, o poder e as trevas em vez de escolher a luz e a verdade do criador.Mas para entender melhor estes contatos, teremos de ir a fundo na história das escrituras.
Nós do projeto FADA temos o prazer em trazer este conjunto de informações comprovadas e de fontes confiáveis, para que os leitores a fim de estudo, enobrecimento da alma e queda do preconceito com relação a diferença de ideologia religiosa e credo cultural.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3º milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre YHVH e os homens. Só que, logo no começo da Bíblia, já existiu uma divergência sobre o papel do homem e de YHVH na história toda. Isso porque o personagem principal, YHVH, é tratado por dois nomes diferentes(YHVH e Elohim).
Só que um trecho desse texto narra a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor. Os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores.
Durante o reinado de Nabucodonosor, as Escrituras Sagradas hebraicas foram perdidas, por ocasião do cativeiro imposto ao povo judeu, que em aproximadamente 587 a.C. foi deportado de Jerusalém para a Babilônia. As Escrituras foram novamente constituídas no tempo do Profeta Esdras, durante o reinado de Artaxerxes (cf. Esd 9,38-41).O conjunto de manuscritos hebraicos mais antigos que chegaram até nosso tempo, é conhecido como Texto Massorético. Nesta compilação das Escrituras, o texto foi transcrito com a omissão das vogais. Com origem no séc. VI, o Texto Massorético possui este nome por ter sido desenvolvido por um grupo de judeus conhecidos como Massoretas; que deste então se tornaram os responsáveis em conservar e transmitir o texto bíblico hebraico.
Bem anterior ao Texto Massorético, se conservou até nosso tempo, a versão Grega das Escrituras Hebraicas conhecida como Septuaginta ou Versão dos Setenta (LXX). Vertida, aproximadamente no séc. III a.C. para grego a partir dos mais antigos manuscritos hebraicos (hoje não mais disponíveis), o valor histórico da Septuaginta é inestimável e de profunda importância para a identificação do Cânon Bíblico Cristão.
Em 589 a.C., Jerusalém foi arrasada pelos babilônios, e grande parte da população foi aprisionada e levada para o atual Iraque. Décadas depois, os hebreus foram libertados por Ciro, senhor do Império Persa – um conquistador “esclarecido”, que tinha tolerância religiosa. Aos poucos, os hebreus retornaram a Canaã – mas com sua fé transformada. Agora os sacerdotes judaicos rejeitavam o politeísmo e diziam que YHVH era o único e absoluto senhor do Universo. “O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”.
A versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras liderou um grupo de sacerdotes que mudaram radicalmente o judaísmo – a começar por suas escrituras. Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia: os 10 Mandamentos. Além de afirmar o monoteísmo sem sombra de dúvidas (“amarás a Deus acima de todas as coisas” é o primeiro mandamento), a reforma conduzida por Esdras impunha leis religiosas bem rígidas, como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos: “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.
Outras passagens, no entanto, descrevem um Senhor belicoso, vingativo e sanguinário, que ordena o extermínio de cidades inteiras – mulheres e crianças incluídas. “Se a religião prega a compaixão, por que os textos sagrados têm tanto ódio?”, pergunta a historiadora americana Karen Armstrong, autora de um novo e provocativo estudo sobre a Bíblia. Para os especialistas, a violência do Antigo Testamento é fruto dos séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Os autores do livro sagrado foram influenciados por essa atmosfera de ódio, e daí surgiram as histórias em que Deus se mostra bastante violento e até cruel. Os redatores da Bíblia estavam extravasando sua angústia.
Ptolomeu II Filadelfo (287-247 a.C.), rei do Egito, encomendou especialmente para sua Biblioteca em Alexandria, uma tradução grega das escrituras sagradas dos judeus. Esta foi a primeira tradução feita dos livros hebraicos para uma outra língua. A tradução do hebraico para o grego, segundo a tradição, foi feita por 72 escribas durante 72 dias, por isso possui o nome Septuaginta que significa “Tradução dos Setenta”.A primeira menção à versão da Septuaginta encontra-se em um escrito chamado “Carta de Aristéias”. Segundo esta carta, Ptolomeu II Filadelfo tinha estabelecido recentemente uma valiosa biblioteca em Alexandria. Ele foi persuadido por Demétrio de Fálaro (responsável pela biblioteca) a enriquecê-la com uma cópia dos livros sagrados dos judeus. Para conquistar as boas graças deste povo, Ptolomeu, por conselho de Aristéias (oficial da guarda real, egípcio de nascimento e pagão por religião) emancipou 100 mil escravos, de diversas regiões de seu reino. Então, enviou representantes (entre os quais Aristéias) a Jerusalém e pediu a Eliazar (o Sumo Sacerdote dos judeus) para que fornecesse uma cópia da Lei e judeus capazes de traduzi-la para o grego. A embaixada obteve sucesso: uma cópia da Lei ricamente ornamentada foi enviada para o Egito, acompanhada por 72 peritos no hebraico e no grego (seis de cada Tribo) para atender o desejo do rei. Estes foram recebidos com grande honra e durante sete dias surpreenderam a todos pela sabedoria que possuíam, demonstrada em respostas que deram a 72 questões; então, eles foram levados para a isolada ilha de Faros e ali iniciaram os seus trabalhos, traduzindo a Lei, ajudando uns aos outros e comparando as traduções conforme iam terminando. Ao final de 72 dias, a tarefa estava concluída. A tradução foi lida na presença de sacerdotes judeus, príncipes e povo, reunidos em Alexandria; a tradução foi reconhecida por todos e declarada em perfeita conformidade com o original hebraico. O rei ficou profundamente satisfeito com a obra e a depositou na sua biblioteca.
Comumente se acredita, que a Carta de Aristéias foi escrita por volta de 200 a.C., 50 anos após a morte do Rei Filadelfo. Não há ainda entre os estudiosos um consenso sobre a origem e autenticidade desta carta. Embora a grande maioria considere seu conteúdo fantasioso e lendário, questiona-se se não há algum fundamento histórico disfarçado sob os detalhes lendários.
Por exemplo, hoje se sabe com certeza que o Pentateuco foi mesmo traduzido em Alexandria.
Luciano, sacerdote de Antioquia e mártir, no início do séc. IV publicou uma edição corrigida de acordo com o hebraico; tal edição reteve o nome de koiné, edição vulgar, e, às vezes, é chamada de Loukianos, após o nome de seu autor.Finalmente, Hesíquio, um bispo egípcio, publicou, quase que ao mesmo tempo, uma nova revisão, difundida principalmente no Egito.
Pelo fato de serem pouquíssimos os Judeus que ainda possuíam conhecimento da língua hebraica, principalmente após o domínio helenista (entre os séculos IV e I a.C.) onde o koiné (grego popular) era o idioma falado, a Septuaginta foi bem acolhida, principalmente pelos judeus alexandrinos que foram os seus principais difusores, pelas nações onde o grego era falado. A Septuaginta foi usada por diferentes escritores e suplantou os manuscritos hebraicos na vida religiosa.Em razão de sua grande difusão no mundo helênico (tanto entre judeus, filósofos gregos e cristãos), as cópias da Septuaginta passaram a se multiplicar, dando origem a variações contextuais.
Além da tradução hebraica e grega, também surgiram versões do Antigo Testamento no idioma aramaico – que era uma espécie de língua franca do Oriente Médio naquela época.
Dois séculos mais tarde, a Bíblia em aramaico estava bombando: ela era a mais lida na Judéia, na Samária e na Galiléia (províncias que formam os atuais territórios de Israel e da Palestina). Foi aí que um jovem judeu, grande personagem desta história, começou a se destacar. Como Sócrates, Buda e outros pensadores que mudaram o mundo, Jesus de Nazaré nada deixou por escrito – os primeiros textos sobre ele foram produzidos décadas após sua suposta morte.
E o que se julga como cristianismo naquela época, já nasceu perseguido por se recusarem a cultuar os deuses oficiais, os cristãos eram considerados subversivos pelo Império Romano, que dominava boa parte do Oriente Médio desde o século 1 a.C. Foi nesse clima de medo que os cristãos passaram a colocar no papel as histórias de YHVHSHWA( nomeado erroneamente de Jesus), que circulavam em aramaico e também em coiné – um dialeto grego falado pelos mais pobres. “Os cristãos queriam compreender suas origens e debater seus problemas de identidade”, diz o teólogo Paulo Nogueira, da Universidade Metodista de São Paulo. Para fazer isso, criaram um novo gênero literário: o evangelho. Esse termo, que vem do grego evangélion (“boa-nova”), é um tipo de narrativa religiosa contando os milagres, os ensinamentos e a vida daquele que acreditam ser o Messias.
A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu. Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos, enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e “perdidos”. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros da Igreja. Até que, por volta do século 4, tomaram o formato de códice – um conjunto de folhas de couro encadernadas, ancestral do livro moderno. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais – seja por descuido, seja de propósito. “Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás. Por exemplo, aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a ideia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus.
A julgar pelo último livro da Bíblia cristã, o Apocalipse (que descreve o fim do mundo), o receio de ter suas narrativas “editadas” era comum entre os autores do Novo Testamento. No versículo 18, lê-se uma terrível ameaça: “Se alguém fizer acréscimos às páginas deste livro, Deus o castigará com as pragas descritas aqui”. Essa ameaça reflete bem o clima dos primeiros séculos do cristianismo: uma verdadeira baderna teológica, com montes de seitas defendendo ideias diferentes sobre Deus e o Messias. A seita dos docetas, por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico. Ele seria um espírito, e sua crucificação e morte não passariam – literalmente – de ilusão de ótica. Já os ebionistas acreditavam que Jesus não nascera Filho de Deus, mas fora adotado, já adulto, pelo Senhor. A primeira tentativa de organizar esse caos das Escrituras ocorreu por volta de 142 – e o responsável não foi um clérigo, mas um rico comerciante de navios chamado Marcião. Além disso, também é claramente perceptível aos especialistas que no grego original, quando refere-se a “imagem da besta”, nos originais só há a palavra “imagem” e a frente dela o tetragrama (logo, imagem do criador, como um impostor...).
O que pode ter salvo alguns pequenos trechos de várias passagens do novo testamento, antigo e do apocalipse(nome original traduzido seria “Revelação”), foram as escritas oníricas das parábolas.
Infelizmente, nas traduções futuras foram introduzidas muitas coisas para manter o poder politico e financeiro das igrejas, como o dízimo que era referente a 10% do que se colhesse em sua plantação. Nota-se lógica, pois essa sobra atrairia pestes se armazenadas em um armazém por muito tempo, já que naquela época sem tecnologia de conservação e resfriamento. Muitos já nos questionaram que pagam o dizimo em dinheiro por não ter terra nem plantação pra doar, todavia, se estudar a história do mundo e a verdade verá que os terrenos foram roubados pelos sistemas dominantes, governos, grileiros e pela própria igreja, principalmente na Europa ocidental e hoje em dia pelas igrejas evangélicas em muitos países especialmente brasil. E ainda enganam pobres pessoas, que só querem respostas ou se aproximar do criador, para roubá-los mais ainda. - Se o leitor descorda, não precisa gastar seu tempo lendo, mandando e-mails agressivos ou postando indignações para aliviar o próprio EGO, pois quem vos escreve leu as escrituras nas versões mais puras do hebreu e também sabe diferenciar muito bem matemática e quanto é um décimo de um salário multiplicado por 100 ou 1000, ou quanto vale uma doação de um terreno ou de um carro ou até mesmo aquela doação de mil reais que pode ser dividida 3 vezes no cartão que se não pagar, seu nome fica sujo- Dái a César o que é de César, mas deixa teu espirito intacto para a verdade heim!).
Marcião nasceu na atual Turquia, foi para Roma, converteu-se ao cristianismo, virou um teólogo influente e resolveu montar sua própria seleção de textos sagrados. A Bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje. Isso porque ele simpatizava com uma seita cristã hoje desaparecida, o gnosticismo. Para os gnósticos, o Deus do Velho Testamento não era o mesmo que enviara Jesus – na verdade, as duas divindades seriam inimigas mortais. O Deus hebraico era monstruoso e sanguinário, e controlava apenas o mundo material. Já o universo espiritual seria dominado por um Deus bondoso, o pai de Jesus. A Bíblia editada por Marcião continha apenas o Evangelho de João, 11 cartas de Paulo e nenhuma página do Velho Testamento. Se as idéias de Marcião tivessem triunfado, hoje as histórias de Adão e Eva no paraíso, a arca de Noé e a travessia do mar Vermelho não fariam parte da cultura ocidental. Mas, por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido pelas autoridades eclesiásticas, e o primeiro editor da Bíblia cristã acabou excomungado.
Roma, até então pior inimiga dos cristãos, ia se rendendo à nova fé. Em 313, o imperador romano Constantino se aliou à Igreja. Ele pretendia usar a força crescente da nova religião para fortalecer seu império. Para isso, no entanto, precisava de uma fé una e sólida. A pressão de Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio de Nicéia, em 325, para colocar ordem na casa de Deus. Ali, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros que, segundo a “Igreja”, realmente haviam sido inspirados por Deus (-A palavra "igreja" é de origem grega, com o significado de "chamados para fora", do grego "ek-lesia", e também foi algo criado bem depois da morte de YHVHShwa, para obrigar, influenciar, controlar e manipular qualquer um que tivesse vontade de seguir um caminho espiritual verdadeiro. Ou seguia os dogmas e regras imposto pela igreja e império romano ou prisão seguida de tortura e execução por enforcamento, crucificação ou fogueira).
“A escolha também era política. Um grupo afirmou seu poder e autoridade sobre os outros”, diz o padre Luigi. Esse grupo era o dos cristãos apostólicos, que ganharam poder ao se aliar com o Império Romano. Os apostólicos eram, por assim dizer, o “partido do governo”. E por isso definiram o que iria entrar, ou ser eliminado, das Escrituras. Eles escolheram os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar a biografia oficial de Cristo, enquanto as invenções dos docetas, dos ebionistas e de outras seitas ou qualquer versão que poderia conter alguma versão inegável que poderia colocar em risco o poder da igreja ou império foram excluídas, e seus autores declarados hereges. Os textos excluídos do cânone ganharam o nome de “apócrifos” – palavra que vem do grego apocrypha, “o que foi ocultado”. A maioria dos apócrifos se perdeu – afinal de contas, os escribas da Igreja não estavam interessados em recopiá-los para a posteridade. Mas, com o surgimento da arqueologia, no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio. É o caso de um polêmico texto encontrado em 1886 no Egito. Ele é assinado por uma certa “Maria” que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos. Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram aceitas no clero – e eram, inclusive, consideradas capazes de fazer profecias. Foi só no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino, o que explicaria a censura da apóstola e seu testemunho. Aliás, tudo indica que Madalena não foi prostituta – ideia que teria surgido por um erro na interpretação do livro sagrado. No ano 591, o papa Gregório fez um sermão dizendo que Madalena e outra mulher, também citada nas Escrituras e essa sim ex-pecadora, na verdade seriam a mesma pessoa (em 1967, o Vaticano desfez o equívoco, limpando a reputação de Madalena).
Na evolução da Bíblia, foram aparecendo vários trechos machistas – e suspeitos. É o caso de uma passagem atribuída ao apóstolo Paulo: “A mulher aprenda (...) com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem (...) porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”. É provável que Paulo jamais tenha escrito essas palavras – porque, na época em que ele viveu, o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Acredita-se que essa parte tenha sido adicionada por algum escriba por volta do século 2.
Após a conversão do imperador Constantino, o eixo do cristianismo se deslocou do Oriente Médio para Roma. Só que, para completar a romanização da fé, faltava um passo: traduzir a palavra de Deus para o latim. A missão coube ao teólogo Eusebius Hyeronimus, que mais tarde viria a ser canonizado com o nome de são Jerônimo. Sob ordens do papa Damaso, ele viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento. Não foi nada fácil: o trabalho durou 17 anos.Daí saiu a Vulgata, a Bíblia latina, que até hoje é o texto oficial da Igreja Católica. Essa é a Bíblia que todo mundo conhece. “A Vulgata foi o alicerce da Igreja no Ocidente”, explica o padre Luigi. Ela é tão influente, mas tão influente, que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim: cornuta esse facies sua, ou seja, “sua face tinha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo – sua famosa escultura representando Moisés, hoje exposta no Vaticano, está ornada com dois belos corninhos. Tudo porque Jerônimo tropeçou na palavra hebraica karan, que pode significar tanto “chifre” quanto “raio de luz”. A tradução correta está na Septuaginta: o profeta tinha o rosto iluminado, e não chifrudo. Apesar de erros como esse, a Vulgata reinou absoluta ao longo da Idade Média – durante séculos, não houve outras traduções.
O único jeito de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa realizada pelos monges copistas. Eles raramente saíam dos mosteiros e passavam a vida copiando e catalogando manuscritos antigos. Só que, às vezes, também se metiam a fazer o papel de autores.
Após a queda do Império Romano, grande parte da literatura da Antiguidade grega e romana se perdeu – foi graças ao trabalho dos monges copistas que livros como a Ilíada e a Odisséia chegaram até nós. Mas alguns deles eram meio malandros: costumavam interpolar textos nas Escrituras Sagradas para agradar a reis e imperadores. No século 15, por exemplo, monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento – um truque para atacar os muçulmanos, que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.
Antes da Vulgata de Jerônimo, todas as traduções do Antigo Testamento eram baseadas na Septuaginta e não na Bíblia Hebraica. Porém, a decisão de utilizar esta ao invés daquela, que era também uma tradução do hebraico, como fonte foi contrária às recomendações da maioria dos cristãos de seu tempo, incluindo Santo Agostinho, que considerava a Septuaginta inspirada.
Paul Kahle, um famoso estudioso do Velho Testamento que realizou extenso trabalho [de pesquisa] a respeito da Septuaginta, não acredita que houve uma real versão grega antiga [isto é, de antes da era Cristã] e, consequentemente, [acredita que] os manuscritos da Septuaginta (assim chamada) não podem ser rastreados retroativamente até um arquétipo, o que serve de prova que os verdadeiros escritos eram em aramaico e hebraico e foram destruídos juntos com tudo que o povo judeu tinha na época. E em suas traduções TODOS os nomes foram trocados para manter a santidade dos nomes originais.
A letra “J” não existe no hebraico, grego e latim, nem nomes como Jeremias, Jacó, Jerusalém, Judá sendo que não existia o J em hebraico. E sua maioria, estes nomes, foram implantados nas escrituras por padres e sacerdotes, sendo seus próprios nomes ou nomes de pessoas ou lugares conhecidos. O J só surgiu nas traduções posteriores a francesa. Há tempos, especialistas em hebraico são unânimes em transliterar palavras que começam com a letra hebraica yod ora com "i" (ou "y"), no caso de substantivos comuns, ora com "j", no caso de nomes próprios. Uma rápida consulta a qualquer léxico, analítico ou gramática de hebraico bíblico confirma esta afirmação.
De forma alguma queremos colocar em xeque a crença ou cultura do leitor. Pedimos desculpas se algumas verdades aqui expostas foram mal interpretadas. São fatos confirmados para meios de estudos.
Grato.